Feliciano de Assis – A pedra angular de Banco da Vitória.

FELICIANOPor Roberto Carlos Rodrigues.

Feliciano de Assis é nome de praça em Banco da Vitória. O cidadão que dá nome a essa praça ajudou literalmente construir com suas mãos boa parte do atual bairro de Ilhéus. Feliciano era pedreiro e blaster. Cortava pedras para construção de fundações de casas e prédios, quebrava britas e fazia paralelepípedos e meios-fios para calçamentos de ruas e praças. Por certo, quando andamos pelas atuais ruas calçadas de Banco da vitória pisamos em dezenas de milhares de pedras que foram cortadas com esmero pelo pai de Jair Rodrigues de Assis e seus irmãos e irmãs.

Feliciano de Assis nasceu em 09 de junho de 1903, na cidade de Cachoeira de São Felix, no recôncavo baiano. Era neto de ex-escravo e trazia em seu sangue os rastros dos negros Bantos. Seus familiares eram praticantes do Candomblé nas cidades de Cachoeira e Santo Amaro. Porém, Assis não era praticante dessa religião. Ele era católico e seguidor do Animismo, (culto em devoção as almas), mas era apaixonado pelas obras de Jesus Cristo, seu ídolo mor.

Feliciano de Assis chegou ao Banco da Vitória em 1926 com apenas 23 anos de Idade.  Estava com seu amigo inseparável por toda vida, Gonçalo. Veio exercer a sua profissão de demolidor de pedreiras e transforma-las em paralelepípedos, meios-fios, blocos de pedras e britas de todos os tamanhos.

Vale citar que na década de 20 a região cacaueira necessitava de mão de obra especializada, principalmente, na construção de estradas, ruas e casas. Neste efeito, muito artífices e profissionais eram recrutados em outras cidades e estados, para trabalhar na então rica Região cacaueira.

Em pouco tempo o jovem sanfelixta se estabeleceu em Banco da Vitória e no início da década de 30 se casou com Virginia Rodrigues de Assis (Dona Cabocla), irmã de Nestor Pereira e João Rodrigues (João de Coló). Desta união nasceram 11 filhos que sobreviveram, que são assim nomeados: Pupu (Antônio) Vastir, Dada (Idalício) Menininha (Giomar), Nilza, Vaninha, Ilza, Idalice, Big (Geny) e Jair, todos com o sobrenome do Clã Rodrigues de Assis. (E eu na rebarba!).

Feliciano de Assis era um ser especial. Teria sido o que quisesse ser. Era uma pessoa altamente carismática, calma, cativante, envolvente e inteligente. Adorava ajudar as pessoas mais humildes e participava de todos os mutirões que ocorriam na então vila de Banco da Vitória. Além de cortar pedras, ele sabia lidar com madeiras, construir telhados, edificar casas e prédios, pintar paredes e fazer calçamentos de ruas e passeios. Por conta disso ajudou com suas mãos erguer muitas casas e prédios em Banco da Vitória e na cidade de Ilhéus.

Como cortador profissional de pedras através de explosões controladas utilizando dinamites, (conhecido como Blaster), Seu Feliciano atuou também em diversas pedreiras de Ilhéus e principalmente na pedreira do Iguape, que naquela época fornecia pedras para a construção do Porto do Malhado, em Ilhéus. Desta forma, quando você olhar para o Porto Internacional de Ilhéus, lembre-se que ali também tem os frutos das mãos de Feliciano de Assis.

Por certo, dezenas de ruas nas cidades de Ilhéus e Itabuna foram calçadas com as pedras moldadas pelas mãos de Feliciano de Assis. Contudo, fora de Banco da Vitória, sua maior contribuição na construção civil foi fornecer pedras para a construção do paredão da encosta do Hospital São José, (entre a ladeira de Vitória e a Rua Bento Berilo), no centro de Ilhéus. Portanto, ao passar por estes logradouros saiba que as mãos de Feliciano de Assis contribuíram para tais feitos.

Cidadão admirado em Banco da Vitória, Feliciano de Assis era um tipo de decano extraoficial dessa comunidade. Várias pessoas recorriam a ele para ouvir orientações e conselhos. A sua forma de viver e criar sua prole, – baseadas no trabalho árduo, na justiça social e na ética -, dava-lhe ares de diplomacia e sabedoria que deviam ser seguidas por todos.

Por gostar de vestir-se sempre com camisas de linho branco e utilizar paletós engomados, gravatas listradas e chapéus aristocráticos, Feliciano era chamado por seus amigos de “O Diplomata Negro”. Nestor Pereira, seu cunhado chamava-o de “pavão raro”.

As mulheres de Banco da Vitória chamavam-no de “Cheiroso”. Isso porque Assis sempre usava os melhores perfumes, – principalmente os de fragrâncias suaves e românticas. Era naturalmente apaixonante. Dizia-se.

Feliciano de Assis foi um dos primeiros moradores da praça que hoje o homenageia. Quando ele construiu sua casa neste logradouro na década de 30 do século passado, apenas duas casas rústicas e um pequeno curral existiam ali. Uma casa de taipa existente pertencia aos Onorato e a outra casa pertencia ao saudoso seu Miguel, vizinho de Feliciano. Um pequeno curral pertencente aos Souza ficava nas imediações das atuais casas de seu Miguel e Ivone Santos.

Além das diversas ruas que calçou em Banco da Vitória Feliciano de Assis ajudou a construir (como voluntario e agente comunitário) diversas obras sociais da comunidade como: a Igreja Católica e a antiga igreja evangélica, o clube Social, o convento das freiras, as construções das casas dos padres, (No Alto da Bela Vista), nesta região o antigo salão social (hoje escola municipal) e a represa da rua da Presa. Foi deste ilustre morador de Banco da Vitória a iniciativa de criar a fonte da Água Boa, quando da abertura da nova estrada ligando Ilhéus à Itabuna, nos anos cinquenta do século passado.

Feliciano de Assis, assim como Laércio Souza, foram um dos poucos moradores de Banco da Vitória que puderam se dizer “conhecidos” do escritor itabunesse Jorge Amado. Em diversas vezes, em passagens pelo Banco da Vitoria, Amado conversou com seu Feliciano, que naquela época “cortava” pedras no Rio Cachoeira, bem em frente a atual bica da Água Boa.

Exímio pescador, Feliciano de Assis era um naturista devoto e aplicado. Só pescava o que comia com sua família e era um defensor dos animais e da natureza. Não comia caças. Gostava dos cantos de pássaros como curiós, papa-capins e sabias. O quintal da sua casa era um verdadeiro pomar onde os pássaros vinham deliciarem.

Apesar de não praticar a religião dos seus ancestrais, Assis costumava visitar os centros de Candomblés da comunidade, onde sempre era recebido como Iyaegbé ou Babaegbé (autoridade nata). Afinal, seus tios e primos eram respeitados Iyalorixás do Recôncavo Baiano.

Além de criar uma prole grande, o casal Seu Feliciano e Dona Cabocla também criaram inúmeros netos e bisnetos. Todos, – de filhos a netos e bisnetos, receberam um enfoque especial para os estudos e a educação. Dessa forma, os Rodrigues de Assis se transformaram em modelo de família na sociedade de Banco da Vitoria. Os filhos e netos do casal eram chamados na comunidade de “os pretinhos inteligentes”. Isso porque, numa época que se negligenciavam as prioridades da educação de crianças, todos os Rodrigues de Assis sabiam ler e escrever e muito destes se formaram e tornaram profissionais altamente capacitados. Feliciano não era apenas feliz no nome. Era também no saber.

Faleceu em 11 de junho de 1984, dois dias depois de completar 81 anos de idade. Foi levado à gloria. Todos sabem disso em Banco da Vitória. Até as pedras que forram as nossas ruas e casas.

Feliciano de Assis foi feliz por toda vida. Fez jus ao nome de batismo.

Feliciano de Assis era pai da minha mãe Ilza Rodrigues do Nascimento. Quando essa faleceu em dezembro de 1970, acolheu-me na sua casa como mais um neto querido. Ali fui criado e educado. Sou feliz por essência.

Notas:

1 – LEI Nº 2641, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1997  Dá nome de Feliciano de Assis, à praça dos esportes no Banco da Vitória, nesta cidade.

O Prefeito do Município de Ilhéus, Faço saber que a Câmara Municipal de Ilhéus aprovou e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Fica denominada de FELICIANO DE ASSIS, a Praça dos Esportes no Banco da Vitória, nesta Cidade.

Art. 2º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.

Gabinete do Prefeito Municipal de Ilhéus, em 15 de dezembro de 1997, 464º de Capitania e 116º da Elevação à Cidade. JABES RIBEIRO – Prefeito

2 – CEP

Praça Feliciano de Assis, Banco da Vitória Bahia – CEP 45661.000.

3 – Domicílios

Total de endereços encontrados: 17
Domicílios particulares: 16
Edificações em construção: 1
Quantidade estimada de moradores nesse logradouro: 54

Casas comerciais – 2

Novela Gabriela Cravo e Canela – Resumos dos Próximos Capítulos.

A Rede Globo divulgou os resumos dos próximos capítulos da novela Gabriela. Veja-os:

No capítulo 64, quinta-feira, 04 de outubro – Malvina entrega a Gerusa um livro com a foto de Mundinho. Conceição não perdoa Alfredo por não ter enfrentado Ramiro, decidindo o futuro de sua filha. Mundinho avisa a Altino que não vai desistir de Gerusa. Arminda tenta falar com Nacib sobre Gabriela, e o comerciante finge não ter interesse. Dorotéia orienta Quinquina e Florzinha a vigiar Malvina. Lindinalva diz a Berto que ama Juvenal. Berto tenta levar Lindinalva com ele, mas é impedido por Fagundes.

No capítulo 65, sexta-feira, 05 de outubro – Zarolha perde perdão a Gabriela. Tonico se recusa a assumir que a certidão de nascimento que fez para Gabriela é falsa. Nacib e Tonico discutem. Mundinho é impedido de ver Gerusa. Ramiro exige que Tonico faça um documento declarando que a certidão de nascimento de Gabriela não é válida. Tonico é proibido de sair de casa pela mulher. Malvina se encontra com Rômulo e é vigiada por Dorotéia, Quinquina e Florzinha.

No capítulo 66, terça-feira, 09 de outubro – Melk obriga Rômulo a deixar a cidade. Conceição insinua para Ramiro que Olga esconde algo. Malvina e Rômulo combinam de fugir juntos. Josué comenta com Gloria que está em apuros por causa das poesias que fez para ela. Nacib tenta anular seu casamento com Gabriela. Mundinho se compromete a ajudar Rômulo. Gerusa se sente mal durante a missa. Zarolha aceita proposta de Manoel. Malvina fica à espera de Romulo na praia.

No capítulo 67, quarta-feira, 10 de outubro – Rômulo foge de Ilhéus. Gabriela diz a Miquelina que sente saudades de Nacib. Mundinho oferece sociedade a Nacib. Olga mente para Tonico, dizendo que foi à igreja. Ramiro se recusa a apoiar Manoel e o coronel transfere seu apoio político para Mundinho. Gerusa pede a Conceição que fale com Mundinho para ajudá-la a fugir o mais breve possível. Manoel pede apoio a Doroteia para se casar.

No capítulo 68, quinta-feira, 11 de outubro – Doroteia se nega a apoiar Manoel. Manoel conta para Juvenal e Coriolano que Doroteia o colocou para fora de sua casa. Coriolano promete ajudar Manoel. Gerusa pede à mãe que procure Mundinho. Nacib recusa o bolo de aipim feito por Gabriela. Nacib recebe o novo cozinheiro. Melk avisa a Malvina que escolheu um noivo para ela. Machadão pergunta a Ramiro se ele sente vergonha dela. Coriolano revela a todos um grande segredo. Pirangi invade a casa de Doroteia.

No capítulo 69, sexta-feira, 12 de outubro – Doroteia e Amâncio aceitam apoiar o casamento de Manoel. Doroteia arma plano para se vingar de Coriolano. Zarolha avisa às meninas do Bataclan que vai se casar. Gabriela se entristece ao saber que Nacib arrumou um cozinheiro. Malvina pede ajuda a Mundinho. Zuleika ameaça Doroteia e Amâncio e ordena ser bem tratada pela família de Berto. Coriolano descobre que Glória o trai.

Fonte: TV Globo

Resumo Livro Gabriela Cravo e Canela

Gabriela Cravo e Canela – Jorge Amado.

Resumo dos próximos capítulos da novela da TV Globo. Conheça Aqui!

A história começa em 1925, na cidade de Ilhéus. A primeira parte é Um Brasileiro das Arábias e sua primeira divisão é O langor de Ofenísia. Vai centrando-se a história nesta parte em dois personagens: Mundinho Falcão e Nacib.

Mundinho é um jovem carioca que emigrou para Ilhéus e lá enriqueceu como exportador e planeja acelerar o desenvolvimento da cidade, melhorar os portos e derrubar Bastos, o inepto governante. Nacib é um sírio dono do bar Vesúvio, que se vê em meio a uma grande tragédia pessoal: a cozinheira de seu partiu para ir morar com o filho e ele precisa entregar um jantar para 30 pessoas em comemoração a inauguração de uma linha automotiva regular para a cidade de Itabuna. Ele encomenda com um par de gêmeas careiras, mas passa toda a parte procurando por uma nova cozinheira. Continuar lendo

Gabriela Cravo e Canela – Sinopse do Livro. Entenda a novela.

Gabriela Cravo e Canela é dividido em duas partes, que são em si divididas em outras duas. A história começa em 1925, na cidade de Ilhéus. A primeira parte é Um Brasileiro das Arábias e sua primeira divisão é O langor de Ofenísia. Vai centrando-se a história nesta parte em dois personagens: Mundinho Falcão e Nacib. Mundinho é um jovem carioca que emigrou para Ilhéus e lá enriqueceu como exportador e planeja acelerar o desenvolvimento da cidade, melhorar os portos e derrubar Bastos, o inepto governante. Nacib é um sírio (“turco é a mãe!”) dono do bar Vesúvio, que se vê em meio a uma grande tragédia pessoal: a cozinheira de seu partiu para ir morar com o filho e ele precisa entregar um jantar para 30 pessoas em comemoração a inauguração de uma linha automotiva regular para a cidade de Itabuna.

Ele encomenda com um par de gêmeas careiras, mas passa toda a parte procurando por uma nova cozinheira. No final desta pequena parte aparece Gabriela, uma retirante que planeja estabelecer-se em Ilhéus como cozinheira ou doméstica, apesar dos pedidos do amante que planeja ganhar dinheiro plantando cacau. A segunda parte desta primeira parte é A solidão de Glória e passa-se apenas em um dia. O dia começa com o amanhecer de dois corpos na praia, frutos de um crime passional (todo mundo dá razão ao marido traído/assassino), segue com as preparações do jantar e a contratação de Gabriela por Nacib. No jantar acirram-se as diferenças políticas e, na prática, declara-se a guerra pelo poder em Ilhéus entre Mundinho Falcão (oposição) e os Bastos (governo). Quando o jantar acaba (em paz), Nacib volta para casa e, quando ia deixar um presente para Gabriela silenciosa mas não inocentemente, tem com ela a primeira noite de amor/luxúria.

A segunda parte chama-se propriamente Gabriela Cravo e Canela e sua primeira parte, o capítulo terceiro, chama-se O segredo de Malvina, terceiro capítulo, passa-se cerca de três meses após o fim do outro capítulo, e três problemas existem: o caso Malvina-Josué-Glória-Rômulo, as complicações políticas e o ciúmes de Nacib. Vamos pela ordem. Josué era admirador de Malvina, filha de um coronel com espírito livre. Esta começa a namorar Rômulo, um engenheiro chamado por Mundinho Falcão para estudar o caso da barra (que impedia que navios grandes atracassem no porto de Ilhéus). Josué se desaponta e se interessa por Glória, amante de um outro coronel. Rômulo foge após um escândalo feito pelo machista (tão machista quanto o resto da sociedade ilheense) pai de Malvina, Malvina faz planos de se libertar e Josué começa um caso em segredo com Glória. Na política, acirra-se a disputa por votos ao ponto do coronel Bastos mandar queimar toda uma tiragem do jornal de Mundinho.

Mas Mundinho ganha terreno com a chegada do engenheiro. E perde quando esse foge covarde. E ganha com a promessa da chegada de dragas a Ilhéus. Nacib enquanto isso desenvolveu um caso com Gabriela. Mas está sendo atacado pelo ciúmes (todos querem Gabriela, perfume de cravo, cor de canela). Aos poucos ele percebe que é amor e acaba propondo casamento a Gabriela após a última investida do juiz (alarme falso, ele já havia desistido). Mas foi a tempo, já que até roças do poderoso cacau de Ilhéus já haviam sido oferecidas a Gabriela.

O capítulo acaba durante a festa de casamento de Nacib e Gabriela (no civil, já que Nacib é muçulmano não-praticante), quando chegam as dragas no porto de Ilhéus. A quarta e última parte chama-se O luar de Gabriela. Nesta resolvem-se todos os casos. Pela ordem: Josué e Glória oficializam a relação e Glória é expulsa de sua casa por seu coronel. Na parte da política, após o coronel Ramiro Bastos perder o apoio de Itabuna (e mandar matar, sem sucesso, seu ex-aliado; o quase assassino foge com a ajuda de Gabriela, que o conhecia), ele morre placidamente em seu sono, seus aliados reconhecem que estavam errados (a lealdade era com o homem, não suas idéias) e a guerra política acaba com Mundinho e seus candidatos vencedores. Quanto a Nacib e Gabriela… Gabriela não se adapta de jeito nenhum à vida de “senhora Saad”, para desespero de Nacib.

Nacib acaba anulando o casamento ao pegá-la na cama com Tonico Bastos, seu padrinho de casamento. Mas ninguém ri de Nacib; pelo contrário, Tonico é humilhado e sai da cidade, o casamento é anulado sem complicações (os papéis de Gabriela eram falsos) e Gabriela sai de casa. Nacib fica amargurado e vai se recuperando. As obras na barra se completam com sucesso e Nacib e Mundinho abrem um restaurante juntos. O cozinheiro chamado pelos dois é… convidado a se retirar da cidade por admiradores de Gabriela, que acaba sendo recontratada por Nacib. Semanas depois, Nacib e ela reiniciam seu caso, tão ardente como era no começo e deixara e ser após o casamento. Num epílogo, o coronel, assassino dos dois amante da primeira parte, é condenado à prisão. Cheio de uma crítica à sociedade ilheense, a própria linguagem do autor muda quando foca-se a atenção em Gabriela. Torna-se mais cantada, mais típica da região (como é a fala de todos), deixando a leitura cada vez mais saborosa.

Banco da Vitória – Dados e Informações

A comunidade de Banco da Vitória é um bairro da cidade de Ilhéus, Estado da Bahia. A sua localização se dá entre a margem esquerda o Rio Cachoeira e os morros pertencentes a Mata da Esperança. Esses morros são o Alto da Santa Clara, Alto da Bela Vista e Alto da Mata da Rinha (Morro do Iraque). A nossa localização geográfica é Latitude 14o.78’ 21” Longitude 39o. 09’ 89”(medição feita com GPS na Praça Guilherme Xavier) e Altitude 6,5 metros nesse local e 178 metros na Praça do Alto da Bela Vista.

O Banco da Vitória dista 06 quilômetros da área urbana da cidade de Ilhéus e está a 8,7 quilômetros do centro municipal. A comunidade fica a 20 quilômetros da cidade de Itabuna, sendo que nessa direção da rodovia temos as comunidades do Assentamento Frei Vantuy, a Vila de Cachoeira, a UESC, o bairro de Salobrinho e a CEPLAC.

Os limites territoriais de Banco da Vitória são: entre Banco da Vitória e Japu: começava na nascente do Ribeirão da Inhaíba, seguindo em linha reta, na direção oeste até encontrar o Ribeirão Jacarecica; sobe por este até encontrar os limites de Itabuna. Entre Ilhéus e Banco da Vitória: começava na foz do Ribeirão do Iguape, no Canal do Fundão, segue até a ponte da estrada de rodagem de Itabuna; daí em reta até o Rio Cachoeira na foz do Ribeirão de São João, pelo qual sobe até sua nascente; dali em reta até a nascente do Ribeirão da Inhaíba

A comunidade tem sistema de telefonia pertencente ao código de área de número 073 e prefixo telefônico do grupo 3675. O sistema de transporte se dá basicamente pela Rodovia Jorge Amado (BA 417) que corta a localidade no sentido leste oeste, margeando o Rio Cachoeira. O serviço público de transporte é oferecido por duas empresas, com linhas diretas para Ilhéus e Itabuna.

Estima-se a população humana de Banco da Vitória em torno de 10 mil moradores. Sendo que, pouco mais de 05 mil são eleitores. A nossa comunidade é um pólo de alimentação regional, com diversos restaurantes ao longo da Rodovia Jorge Amado que oferecem comidas como churrascos, assados, moquecas, pitus, camarões etc.

O Banco da Vitória é uma das localidades mais antigas da Região Cacaueira e foi por muitos anos um forte centro comercial regional. Isso principalmente no início do século XX com o desenvolvimento da lavoura cacaueira no sul da Bahia.

Antes dos portugueses, a região do Banco da Vitória e toda a margem o Rio Cachoeira era habitada por índios aimorés e tupiniquins. Com a colonização portuguesa das Sesmarias Ilheenses, se iniciou no ano de 1554 a ocupação da área onde hoje se localiza o Banco da Vitória. Essa ocupação ocorreu devido ao fato de o Rio Cachoeira ser navegável somente entre Ilhéus e o Banco da Vitória. Dessa forma, esse local se tornou um anteposto dos desbravadores e colonizadores das terras do sul da Bahia, como cita o historiador Silva Campos, no seu livro Crônica da Capitania de São Jorge dos Ilhéus.

Na região de Banco da Vitória se implantou no final do século XV um próspero empreendimento agrícola de nome Sesmaria Vitória. Séculos depois, essa sesmaria se transformou na Fazenda Victória, que existe até hoje em nossa comunidade.

O Banco da Vitória é a terra natal de Aldair Santos do Nascimento, mais conhecido como Aldair, nascido em 30 de Novembro de 1965. Aldair é jogador de futebol que atuou como zagueiro do Flamengo, Benfica (PT) e da Roma(IT) e da seleção brasileira. Ele participou de 03 Copas do Mundo e foi tetra campeã da Copa 1994, nos USA.

Conheça mais sobre o Banco da Vitória no livro: Banco da Vitória – História Esquecida, de Roberto Carlos Rodrigues.

Antigas Curiosidades Políticas de São Jorge dos Ilhéus.

Ilhéus tem uma bela história e os fatos pitorescos e curiosos da sua política, – antigamente -, rendiam-lhe situações maravilhosas e alegres. Ao contrário da atualidade, a política ilheense era realmente única e recheada de fatos mais que memoráveis. Firme exemplo dessa assertiva é o texto abaixo produzido pelo jornalista Sebastião Nery e publicado no seu site que sintetiza alguns fatos políticos ilheenses, que por certo são de conhecimentos de poucas pessoas da nossa região. Leia o texto e veja como era prazerosa e alegre a nossa política. Que pena! Hoje ela deixou de ser assim. É simplesmente triste e vergonhosa.

Na terra de Gabriela

Por Sebastião Nery. Visite o site.

ILHEUS (BA) – Em 1934, Juracy Magalhães, interventor, mandava e desmandava na Bahia. J.J.Seabra, Otávio Mangabeira e outros lançaram o “Movimento Autonomista” com o slogan: “A Bahia ainda é a Bahia”. João Mangabeira veio a Ilhéus fazer comício contra Juracy. Gileno Amado,primo de Jorge e irmão de Gilberto, Genolino, os irmãos Amado, preparou uma vaia para Mangabeira. Começou a falar, a vaia urrou. Mangabeira reagiu:

– Essa canalha assalariada de Juracy …

Virou tiroteio. Demóstenes Berbert de Castro, líder dos estudantes contra Juracy, tentou entrar embaixo de um carro, mas já encontrou lá, acoitado, Carlos Pereira Filho. O “coronel” Henrique Alves, chefe político, foi à casa de Gileno:

– O que acontecer ao Dr. João Mangabeira, acontece com você.

Mangabeira falou em paz. Continuar lendo

Banco da Vitória em 1928 – por Roberto Carlos Rodrigues.

LIFE“Depois da curva, o rio encontra os lábios do mar. A mata é de um verde brilhoso, que cerca as paisagens e anuncia o verdadeiro paraíso indicado pela Pedra de Guerra. Do céu azul impar respingam pássaros e sonhos de todas as naturezas, cores e possibilidades. Nas águas mansas do velho Cachoeira fervilham os peixes e marisco em profusão jamais vistas em todas essas plagas. Nos ares mornos deste lugar, o aroma da terra suada perfuma a vida de um povo feliz pela própria natureza e o cacau brota de árvores, como os dias que despencam dos antigos calendários. Tudo aqui é possível. Basta só o trabalho. O resto, a terra cuida.

Sabe-se logo que se está em Banco da Vitória do Rio Cachoeira. Ainda não é Ilhéus, se ver pela falta do mar aberto e da maresia. Mas, por certo, o melhor lugar do mundo já foi alcançado.

Pelos menos é assim que pensam os seus moradores. E é assim que se lembram as felizes almas que tiveram o privilégio divino de conhecer esse maravilhoso lugar. Se melhor ainda há, então precisarão de novas caminhadas.”

Grapiunês – O Idioma da Civilização Cacaueira.

Por Roberto Carlos Rodrigues.

Não é um idioma propriamente estruturado nem tão pouco um dialeto jocoso, mas o Grapiunês pode ser considerado a Língua oficial dos antigos moradores da Região Cacaueira do Sul da Bahia. Recheada de expressões curiosas e fascinantes, com forte apelo ao sotaque nordestino, o linguajar alegre daquele povo tomou vulto mundial principalmente nas obras dos escritores Adonias Filho e Jorge Amado. Esses escritores usavam e abusavam destes termos lingüísticos nas suas estórias para descrever as falas das pessoas que habitavam aquelas plagas baianas no meio do século passado

Há fortes evidências que o linguajar grapiunês se formou a partir utilização das falas matreiras dos trabalhadores rurais que viviam nas cidades do que se conhecia no século passado como a Civilização Cacaueira. Esses trabalhadores eram retirantes em maioria expressiva oriunda dos Estados de Sergipe, Pernambuco e Alagoas. O termo Civilização Cacaueira foi criado por Adonias Filho para designar toda região do Sul da Bahia que tinha naquela época o cacau com seu produto principal de geração de riquezas.

Acredita-se que esse linguajar específico do Sul da Bahia advém das junções de expressões faladas pelos nordestinos brasileiros, remanescentes indígenas sul baianos, colonizadores estrangeiros e ex-escravos das antigas sesmarias e fazendas de cacau.  Desse bojo lingüístico surgiu o que se conhece como o Grapiunês, um linguajar cheio de sotaques regionais dentro do lindo, porém, complexo idioma português.

Facilmente se vêem citações dos neologismos grapiúnas nas prosas de Jorge Amado, Adonias Filho, Euclides Neto, Florisvaldo Mattos, Sosígenes Costa, Jorge Medauar, Ildásio Tavares, Odilon Pinto, Hélio Pólvoras, Adelino Kfoury Silveira e mais recentemente nos textos de Daniel Thame e Romualdo Lisboa.

BAIXE AQUI O ARTIGO COMPLETO E OS VERBETES DO GRAPIUNÊS (EM PDF).

Casa de Jorge Amado sumiu!

Fonte: CORREIO DA BAHIA

Jairo Costa Júnior

A menos de um ano do centenário, garoto Amado não tem onde morar. A casa onde o escritor morou em sua terra natal – Ferradas, zona rural de Itabuna – desapareceu. Em seu lugar, restaram apenas mato, pés de mamona e o desejo de restaurar o espaço ao filho ilustre

Perto de fazer 100 anos, o menino Jorge Amado não tem mais casa. A do rapaz, em Ilhéus, se mantém como pode. A do escritor famoso, em Salvador, também. Mas a pequena residência de uma porta e duas janelas, que abrigou o garoto no lugar onde ele nasceu, sumiu. Em Ferradas, distrito da zona rural de Itabuna, no Sul da Bahia, só restou a placa anunciando um museu, a grande novidade que nunca chegou.

A casa agora sem teto, sem nada, existe apenas nas lembranças de parte dos quase cinco mil moradores de Ferradas, que esperavam ver a residência transformada no Museu Jorge Amado. A promessa política de criar um espaço de homenagem ao filho mais ilustre, em sua terra natal, foi feita pela primeira vez em 1982. Mas, nunca passou do estágio das palavras.


Prefeitura esconde o local que abrigou a morada do romancista; onde deveria ser erguido um museu, só restou, em frente ao espaço, a ironia da placa em sua homenagem   (Fotos: Arisson Marinho/CORREIO / e Reprodução)

“Quase 30 anos depois, não fizeram nada. O imóvel foi se deteriorando. Primeiro, foi o telhado. Os cupins comeram quase tudo. O resto, os vândalos e o tempo deram conta. Só ficaram mato e pés de mamona”, lamenta o advogado e escritor Gustavo Veloso, autor de Ferradas, Um Capítulo na História do Brasil, no qual narra a trajetória do antigo vilarejo que pariu o maior romancista baiano e um dos mais representativos nomes da literatura brasileira.

História
Ferradense como Jorge, Veloso reside ao lado da casa onde o seu conterrâneo morou, na Rua Frei Ludovico Livorne, 213, uma via de menos de um quilômetro, com cara de parada no tempo. Do segundo andar do sobrado onde se dedica a remontar a história local, o escritor aponta para o matagal que engoliu parte da memória do menino antes de virar autor traduzido em 49 idiomas e 55 países.


Casa sem teto, sem nada: no lugar de paredes, apenas o matagal

Baseado em documentos, relatos em vídeo do próprio escritor e narrativas orais de antigos moradores, Veloso conta: “Jorge Amado nasceu em 10 de agosto de  1912, na Fazenda Auricídia. Mas, em 1914, a cheia do Rio Cachoeira, que banha a região, obrigou os pais dele (João Amado e Eulália Leal) a saírem de lá. Primeiro, eles foram para o Lazareto da vila, que ficava próximo à fazenda e onde ficavam os ‘bexigosos’ (contaminados pela varíola)”.

Segundo Veloso, ao saber das dificuldades da família Amado, o “coronel” Aristides Vaz Sodré, dono de fazendas de cacau na região Sul da Bahia, oferece ajuda. “O patriarca dos Vaz Sodré era amigo de longa data do pai de Jorge, tratava-o como parente. Ele enviou um bilhete e disse que a casa que tinha em Ferradas estava à disposição”, relata.

A casa abrigou Jorge e os pais, ainda de acordo com Veloso, durante mais de dois meses, antes do nascimento dos três irmãos do escritor: Jofre (1915), Joelson (1920) e James (1922). Quando as águas do Cachoeira baixaram, a família se despediu de Ferradas rumo a Ilhéus, à época, a maior cidade do Sul baiano. “Deixaram cair o que tinha restado da vida dele em Ferradas. A sede da Fazenda Auricídia não existe faz tempo”, queixa-se, entre garrafas de batida de gengibre e enlatados, o comerciante  José Farias, 65 anos, dono da mais visitada “venda” do distrito.

Esquecimento Enquanto o romancista colhia, pouco a pouco, os louros pelo estouro de romances como Gabriela, Terras do Sem Fim, Jubiabá e Capitães da Areia, Ferradas ia perdendo a conexão com o filho. Mas, em 1993, ele reaparece em Ferradas, trazido pela nova promessa do então prefeito de Itabuna, Fernando Gomes, de transformar o lugar no Museu Jorge Amado. Com moradores, tira fotografias em frente à casa e participa da inauguração de um busto em sua homenagem.

A ideia de um cadinho para o escritor baiano no distrito foi acalentada pelo amigo e poeta Telmo Padilha, assim como  Jorge, nascido em Ferradas. “Então diretor do Projeto de Atividades Culturais do Cacau (Pacce), ele lutou muito para ver o museu em operação”, conta Veloso. A inércia política não deixou. Padilha morreu em 1997 de acidente de carro, sem ver o sonho realizado.

Hoje, uma placa antiga tapa a visão do que ruiu, informando sobre as instalações do museu. Na praça em frente, uma outra placa, de 1998, informa, quase em tom de ironia: “Homenagem e reconhecimento do povo de Itabuna ao mérito do mais ilustre e universal dos seus filho”.


Apesar de precisar de reparos, casarão mantém a beleza de 1926

Busto, bregas e falta de livros
Fora o desatino de um museu que ruiu antes de criado, outros absurdos marcam a história de Jorge Amado com a terra natal. Em 16 de agosto de 1993, durante visita do escritor ao distrito de Ferradas para o lançamento da pedra fundamental do espaço de memória, autoridades de Itabuna inauguraram um busto esculpido em bronze para homenageá-lo. No dia seguinte, a obra tinha desaparecido. Os jornais da época registraram o que foi considerado um insulto, justo na primeira vez que o escritor e sua cidade natal se reconciliavam, em meio a uma relação com cara de quase Complexo de Édipo (ler mais abaixo).

Cerca de 24 horas depois do sumiço, o busto foi recolocado no seu lugar de origem. Grudado ao pedestal, um bilhete datilografado explicava o que se passou a partir do furto temporário da obra. Um grupo – que nunca foi claramente identificado, apesar de inúmeras teses sobre a autoria  – resolveu levar a imagem de Jorge Amado aos novos “bregas” de Ferradas, já que em seus escritos sobre as moças de vida fácil não havia menções pormenorizadas sobre as casas de tolerância do distrito de Itabuna. “Eles diziam que só colocaram as putas para beijar Jorge, jogaram um pouco de bebida nele e, no fim, pediam desculpas”, relata o advogado e escritor ferrandense Gustavo Veloso, a partir de um artigo publicado pelo poeta Telmo Padilha.

O busto foi retirado de lá e ninguém sabe seu destino ao certo. Foi trocado por uma égide (tipo de “moedão”). Para quem achou pouco o absurdo do desaparecimento da peça – apesar da pitada de literatura amadiana no périplo pelos prostíbulos -, o que dizer da ausência de livros do escritor nas bibliotecas de três escolas situadas no entorno do distrito.  Isso, sim, parece mais surreal ainda.


Imagem mostra visita do escritor ao espaço, em agosto de 1993

A luta de um amigo pelo reconhecimento
Há um nó atravessado na goela do escritor e poeta itabunense Cyro de Mattos, 72 anos, presidente da Fundação Itabuna de Cultura e Cidadania (Ficc). “Desde que assumi o órgão, há quase três anos, só penso em duas coisas: criar os museus da Cidade (em Itabuna), e de Jorge Amado (em Ferradas). Bato de porta em porta, peço ajuda, recursos, ando estressado. Como escritor, acho imperdoável ver aquela casa em ruínas”, disse, antes de ser alertado de que nem as ruínas existiam mais no lugar onde o romancista morou. Cyro afirma ter um projeto para alavancar o museu.

 “A ideia é transformar o espaço também em um centro de formação cultural, com oficinas e cursos. E tudo isso a um custo baixo, de R$ 600 mil. Mas a prefeitura e nem a Ficc têm recursos. É uma pena, justo quando vai se  comemorar o seu centenário”, destaca.  Sobre a casa, Cyro diz que não pode ser responsabilizado pelas administrações anteriores. Para ele, as dificuldades vêm da birra entre Itabuna e Jorge Amado.

Segundo Cyro, há um ressentimento por que, quando a obra do romancista surgiu para o mundo, com seu forte teor social sobre as mazelas da região cacaueira, Itabuna acabou descrita como um tipo de “fiofó” do mundo, enquanto a arquirrival cidade vizinha, Ilhéus, era narrada com pena mais suave, embora também tivesse sobre ela a lente da denúncia. “Há ainda o fato de que muitos dizem que Jorge negava ser itabunense. Isso não é verdade. Ele deixou depoimentos falando sobre sua terra natal. A confusão vem do fato de que Ferradas já pertenceu a Ilhéus”, salienta.

O ranço é tanto que, no novo século, tentaram mudar o nome da Avenida Cinquentenário, a mais importante de Itabuna, para Jorge Amado. A oposição foi tão forte que o projeto estancou. “Deu-se uma imensa discussão, com artigos publicados, até por intelectuais, repudiando a ideia, dizendo que ele não merecia”, destaca.

Enquanto isso, sobram queixas, como a do designer Abdon Neto, dirigente de uma ONG para crianças pobres de Ferradas. “Não dá é pra ficar assim. Poderíamos mudar o destino daqui, aproveitar o potencial que gira em torno de Jorge Amado. Mas, os políticos parecem sem interesse”, reclama.

Sobrado resiste como cartão-postal de Ilhéus
Apesar de precisar de reparos, o belo casarão onde o escritor Jorge Amado morou com os pais no Centro de Ilhéus, cidade turística do Sul baiano, é o contraponto e o alento de quem visita a região atraído pela prosa do escritor que melhor difundiu a região cacaueira no mundo. Mistura de estilos que transitam entre o colonial e o neoclássico, o sobrado alaranjado foi o local onde o romancista deu os primeiros passos na literatura. Começou a ser construída em 1920 e só foi finalizada seis anos depois.


O escritor Cyro de Mattos, presidente da Ficc, tenta criar museu

Com 19 anos, Jorge Amado escreveu, do seu quarto, O País do Carnaval, o primeiro de seus romances. O local abriga o museu Casa de Jorge Amado, visitado por gente do mundo inteiro, e vem passando por reformas para as comemorações do centenário. Outras duas casas do baiano no estado estão em Salvador. A do bairro do Rio vermelho, onde ele morou até a morte, ainda está fechada, mas a família trabalha para criar um espaço em memória do romancista.

Já no Pelourinho, existe a Fundação Casa de Jorge Amado, onde ele nunca morou, mas que abriga grande parte do acervo do escritor. É lá que estão manuscritos, imagens raras e uma vasta coleção de obras de arte.

Memórias do Rio Cachoeira lança balsa de pet na Ilha do Jegue

Em 14 de agosto é celebrado o dia do combate à poluição e também o dia do protesto. Data mais do que adequada para o projeto “Memórias do Rio Cachoeira” (MRC) mostrar para que veio e “provocar” a população de Itabuna a pensar sobre a situação do Rio Cachoeira. Para isso, a equipe do MRC construiu uma balsa de garrafas pet, mostrando que é possível transformar, reciclar e não poluir um rio tão importante. Para a construção, foram recolhidas duas mil garrafas pet nos bairros Mangabinha, Jardim Primavera, Manoel Leão e também na escola Curumim. A balsa ficará na Ilha do Jegue sábado (13) e domingo (14). Nela haverá um banner com a frase “Você preserva o Rio Cachoeira?” no intuito de gerar o questionamento aos transeuntes.

Essa é mais uma iniciativa deste projeto que visa não apenas registrar as memórias da população relacionadas ao rio, mas também protestar contra sua poluição. A produção está a todo vapor.

Continuar lendo