Quando Expulsaram a Caipora e o Saci da Mata da Rinha.

Por Roberto Carlos Rodrigues

Quando eu era criança, na longínqua década de setenta do século passado, ao acordar, costumava tomar banho e escovar os dentes na beira de uma fonte que tinha no quintal da nossa casa. Dali, precisava-se apenas levantar levemente os olhos e ver a exuberância da Mata da Rinha, que naquela época cobria os dois montes, onde atualmente está a localidade do Alto do Iraque, em Banco da Vitória.

Dos sopés daqueles montes, nos limites do sítio de dona Leonor, – este. atrás do antigo matadouro municipal de Ilhéus -. até os limites dos céus, os dois morros eram pintados de verde-escuro e pareciam que gostavam de bailar aos sabores dos ventos matinais e resplandecerem sob a luz ímpar do sol. Esses montes eram as sobrancelhas da Mata da Esperança, a vigorosa senhora local, a representante da milenar rainha Mata Atlântica, mãe do verdadeiro paraíso descrito pelo escriba e desbravador português Pero Vaz de Caminha, no meio do século XVI.

Nos seios da mata da Rinha existiam as árvores frutíferas como jaqueira, goiabeira, araçazeiro, jambeiro, groselheira, abacateiro, abieiro, caramboleira, jenipapeiro e ingazeira que se misturavam aos pés de oitis, eucaliptos, biribas, jatobás, louro-pardos, jequitibás, sucupiras, urucum e as inúmeras palmeiras, principalmente as juçaras, no meio das suas primas macaúba, buriti, coco-da-baía, babaçu e licuri. Havia ali também pequenas plantações de canas, laranjas, limões, pimentas e coqueiros. O morro da Mata da Rinha era vivo e verde.

Naquela época só existiam apenas duas casas no meio daquela pequena altiva floresta. Eram as casas do sítio de seu Raimundo Ribeiro, na parte mais ocidental do morro e a roça de seu Aprígio Lacerda, na parte oriental. Neste último havia uma famosa rinha de galos. Por essa prática de apostas em briga de galináceos, aquela região se chamava Alto da Mata da Rinha.

A estrada de acesso à Mata da Rinha se dava exclusivamente pela antiga estrada Ilhéus – Itabuna, que cortava a Mata da Esperança, desbeiçava no Banco da Vitória e adentrava nas terras da antiga Sesmaria Victória e dali rumava para Itabuna. Entrar na mata da Rinha e na mata da Esperança só era possível pelos altos dos dois morros. Na parte de baixo dos morros havia uma antiga pedreira no sítio de Dona Leonor, que dificultava o acesso a parte de cima.

A mata da Rinha, era, pode-se assim dizer, uma pequena amostra da exuberância da Mata Atlântica. Além das árvores nativas e das plantadas pelos colonos, havia diversos animais e pássaros. Esses fervilhavam nos ares e devido os seus cantos ininterruptos, podia-se dizer que a mata da Rinha literalmente cantava.

No meio da mata da Rinha ficava a nascente da fonte da Bica da Água Boa, que antes de 1955, ano da abertura oficial da nova rodovia Ilhéus Itabuna, essa água caía diretamente no rio Cachoeira. Com a abertura dessa estrada, foi então construído nos anos sessenta, por iniciativa do Dr. Halil Medauar, dono do hospital psiquiátrico homônimo, existente no Banco da Vitória, o famoso chafariz da Bica da Água Boa. 

Nas décadas de setenta e oitenta do século passado, a Mata da Rinha era uma floresta misteriosa e medonha para as crianças do Banco da Vitória. Por aquelas plagas, se dizia que andavam caiporas, sacis, bruxas, orixás e fugitivos da justiça. Por essas razões, a mata da Rinha era apenas uma visão próxima da nossa comunidade. Pouca gente ousava adentrar aquelas veredas enverdecidas e úmidas. Naquela época a mata da Rinha protegia as pessoas do Banco da Vitória. O nosso medo protegia as matas. A harmonia natural predominava sobre todos nós.

Quando o século XX se findou, já haviam algumas roças na mata da Rinha e pouco da mata original se via no local. No ano de 2003, quando houve a invasão norte-americana no Iraque, no Oriente Médio, o morro da Mata da Rinha, foi também invadido por pessoas que procuravam locais para construírem suas moradias. Neste período a mata da Rinha foi fatalmente atingida e desapareceu completamente. A invasão norte-americana inspirou o nome da nova invasão habitacional no Banco da Vitória. Atualmente a localidade Alto do Iraque ocupa toda a área da antiga Mata da Rinha.

Por esses dias, enquanto tomo meu banho solar diário, vejo da laje da minha casa o desenvolvimento do Alto do Iraque e nada relembra a antiga mata da Rinha, seus verdes sorrisos e os cantares e decantares dos seus pássaros. Parece, e assim suponho pelos meus velhos olhos, que restou apenas uma frondosa jaqueira quase no cume dos montes das antigas sobrancelhas da Mata da Esperança. Vejo que restou uma única jaqueira como testemunha da medonha destruição humana. Uma única árvore em pé, como um fantasma vivo, domado e silencioso. Uma única árvore como um alerta. Um verdadeiro grito em silêncio. Apenas uma árvore e tantas perguntas sem respostas.

Então, nota-se facilmente que em apenas vinte anos a Mata da Rinha sumiu das paisagens do Banco da Vitória. Da milenar Mata Atlântica, por esses ares, sobrou apenas a reserva da Mata da Esperança. Contudo, pesquisando nas imagens de satélites disponibilizadas pelo Google Maps se constata que essa floresta está sendo lentamente invadida e destruída e, pelo andar da carruagem, em poucos anos poderá também desaparecer, assim como sumiu a Mata da Rinha. A esperança ainda continua nessa mata, mas essa, de medo, se encolheu e quase nem vocifera.

Uma coisa eu acredito: depois que expulsaram a Caipora e o Saci da Mata da Rinha, nada mais pode ser feito por ali. A não ser rezar e implorar proteção a Tupã. E, pelo visto, o deus das florestas anda meio sumido dessas paisagens. Por ali, os outros deuses locais apenas murmuram e nada fazem.

Por aqui, no deserto que hoje cerca nossa localidade, Lúcifer anda com uma moto cerra nas costas e seus diabos usam paletós e gravatas e adoram assinar documentos com canetas azuis.

Da mata da Rinha só restaram poucas e pueris lembranças. De tudo que foi a mata da Rinha só restou uma árvore. Uma velha jaqueira que, por suas silenciosas razões, insiste em doar frutos muito deliciosos e doces para um povo simplesmente ingrato.

Por ali a rinha acabou, a mata acabou, a água secou e os pássaros foram embora. Até quem tem as lembranças, às vezes, desacredita das suas recordações. A Mata da Rinha sumiu.

Nem os fantasmas dos galos mortos na antiga rinha cantam nas madrugadas da outrora mata. A Mata da Rinha morreu e foi sepultada como indigente no cemitério das nossas saudades.

Esse, é um relato pálido e marrom. Muito diferente do antigo verde, brilhoso e encantador, dos matizes da velha mata da rinha. A velha verde que o tempo levou e muitas pessoas simplesmente insistem em esquecer de lembrar.

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Comunidade Irmãs das Águas do Banco da Vitória.

Por Roberto Carlos Rodrigues.


No início da década de 20 do século passado, surgiu no então povoado do Banco da Vitória, situado á margem esquerda do Rio Cachoeira, no município de Ilhéus, BA, uma comunidade de curadoras com forte influência Iorubá, que realizavam, sempre nas noites das segundas-feiras, cultos em louvores às entidades africanas e indígenas. Essa comunidade se chamava Irmãs das águas.


Segundo relatos dos antigos moradores dessa comunidade ribeirinha, o culto das irmãs das águas já era uma tradição dos antigos ex-escravizados da antiga Fazenda Victória. O culto foi criado logo após a libertação da escravatura no Brasil. Havia relatos no Banco da Vitória que esse culto ocorria no cume do monte da Alto da Santa Clara, nas proximidades do fim da ladeira do Descansa-caixão e depois foi transferido para as margens do Rio Cachoeira, onde recebeu o nome de Irmãs das águas.


Esse culto não era um evento com características comuns das manifestações de matrizes africanas. Mas sim mesclado a essa, tinha também fortes influências católicas e indígenas.


Segundo os relatos dos saudosos Seu Epifânio (antigo morador das proximidades da Represa do Iguape), Seu Amaro Correia (antigo comerciante local) e Courinho (antigo trabalhador das roças de cacau das redondezas), o culto das irmãs das águas era basicamente um evento de rezas e curas. Onde um grupo de benzedeiras realizavam uma sessão em conjunto, bem diferente, dos trabalhos das benzedeiras convencionais que trabalhavam basicamente sozinhas.


O culto das Irmãs das Águas era comandado por mulheres, em sua maioria de descendentes africanas. Alguns homens conduziam parte dessa comunidade, mas o comando principal era das benzedeiras. O culto, ora descrito, começava apenas com orações católicas, onde o Pai-nosso e Evé-Maria eram rezados por 21 vezes seguidas. Depois, orava-se o Credo em Cruz e por fim, sete benzedeiras (ou sete vezes) “puxava” uma oração própria usada nos seus trabalhos individuais.


Os adoentados, necessitados de benzimentos ficavam sentados em bancos, ou tamboretes colocados no fundo do caramanchão. Esses só eram levados para o centro principal do círculo, na última hora do evento. Não se sabe ao certo se eram levados todos ou um a um.


Outra característica marcante que bem diferia a comunidade das irmãs das águas era a não utilização de atabaques durante os cultos religiosos e curativos. Os cânticos eram acompanhados de toques de matracas (dois pedados de madeiras batidos entre as mãos), maracás, quizos e ganzáis. Além, é claro, de palmas. O triangulo de ferro era usado apenas duas vezes durante o culto. Quando do seu início, sempre as 18 horas e no encerramento, sempre as 22 horas. O toque do triangulo era sempre feito por um homem. Sendo esse o mais velho presente ao evento.

A dança da comunidade Irmãs das Águas era muito parecida com as dos cultos de candomblé. Os participantes deviam estar sempre descalços. As danças, porém, eram circulares e não havia a presença única no meio do círculo principal, nem esse era permitido aos homens. O círculo central era composto apenas por mulheres. Os homens faziam um segundo círculo que dançava em direção contrária a do círculo feminino. Após sete ciclos completados do círculo das mulheres, este invertia a direção, sendo então seguido pelos homens que ficavam nessa mesma direção por novo sete ciclos. Conclui-se então, que somente o círculo das mulheres dançava, desde o início na direção anti-horária.


O nome da comunidade Irmãs das Águas advinha do fato que às sete principais benzedeiras traziam pequenos potes com água e estes eram colocados no meio do círculo principal, logo no início das orações e retirados dali quando do início das danças. Os potes com água só retornavam na fase final do evento, quando eram todos depositados em uma bacia de barro e os participantes eram chapiscados com gotículas arremessadas com ramos de plantas.


Não havia altares no caramanchão da comunidade Irmãs das Águas nem os participantes das danças se manifestavam como nos atos do candomblé.


Algumas regras eram predominantes e seguidas pelos participantes do culto das Irmãs das Águas do Banco da Vitória, como: a vestimenta era sempre de cor branca. Não era aceita a ingestão de bebidas alcoólicas no evento. As mulheres usavam um terço católico em uma das mãos. Os homens usavam colares de sementes nativas. Não era permitido a utilização de chapéus e as mulheres usavam turbantes, também brancos. Somente os doentes ou necessitados de bênçãos podiam usar roupas de outras cores.
Ao término do evento era serviço um mingau de milho branco sem açúcar.


Segundo relatos dos saudosos João Batista (antigo coveiro) e José Vieira (professor) o culto das Irmãs das Águas foi discriminado no início da década de cinquenta do século passado, quando da criação da sociedade de melhoramentos do Banco da Vitória, que tinha como intuito a construção da igreja de Nossa Senhora da Conceição, padroeira local.


Sem nenhuma evidência ou prova desse argumento, havia nessa comunidade ilheense quem acreditava que a influência católica foi a principal responsável pelo fim do culto da comunidade das Irmãs das Águas, considerando-o como profano.


Até o meado dos anos sessenta, algumas benzedeiras do alto da Bela Vista (Rua da Represa) e da região do Cachorro-assado (proximidades da atual Escola Dom Bosco), realizavam os cultos nas noites das segundas-feiras, seguindo os ritos da comunidade Irmãs das Águas. No início dos anos setenta, no Banco da Vitória, os cultos religiosos dessa comunidade já não existiam mais.


Atualmente, faço estudos e pesquisas para aprofundar neste tema e pretendo, se Deus quiser, reativar essa prática religiosa em nossa comunidade no dia 2 de fevereiro de 2022. Quando se festejará o dia de Iemanjá, símbolo principal da comunidade das Irmãs das Águas.

Mamilo Assado

Antigamente no Banco da Vitória, o cupim bovino se chamava mamilo. O mamilo assado era uma iguaria apreciada por amantes das carnes e bebedeiras. Acredita que o hábito de comer mamilo assado veio por conta do antigo matadouro municipal de Ilhéus, que ficava nessa localidade, nas margens da Rodovia Jorge Amado, (onde atualmente existe a quadra poliesportiva).

Naquela época era comum, após os abates bovinos, aos magarefes do matadouro municipal degustarem mamilos assados nas bodegas das proximidades do seu local de trabalho. Anos depois Dico, criou a primeira churrascaria que servia prioritariamente mamilo assado. Essa churrascaria também se chamada O Mamilo e ficava localizada próxima ao antigo matadouro.

Naquela época, Juarez Soares ficou famoso servindo mamilo assado no seu bar, que ficava na esquina da Rua São João. Seu Diva, também teve uma famosa churrascaria que tinha essa iguaria com prato principal.

O mamilo de novilha assado no Banco da Vitória perfumava os ares da localidade ribeirinha e embalou o sonho de muita gente.

Por certo, a futura Vila Gastronômica do Banco da Vitória teve seu embrião germinado nas mãos dos antigos magarefes do matadouro dessa localidade.

Atualmente, o mamilo já não é mais o prato principal das churrascarias locais. Cedeu lugar para suas primas esnobes, chamadas picanha e alcatra.

O mamilo assado de Banco da Vitória fez história e fomentou o atual desenvolvimento da nossa localidade.

Uma coisa é certa: comer mamilo assado é rezar de boca cheia sem se preocupar os com índices de colesterol e outras besteiras anti-gula.

A História Gastronômica do Banco da Vitória.

Por Roberto Carlos Rodrigues

Carne do Sol com Pirão de Aimpim

1 – Comidas do Mato Virgem.

Quando o explorador militar Ferdinand Maximiliano von Habsburg visitou a Fazenda Victória em 1860, as iguarias servidas à comitiva europeia somavam um verdadeiro banquete colonial. Ferdinand Von Steiger, proprietário da fazenda, os recepcionou como o melhor que podia se encontrar na culinária dos trópicos.

Na ocasião foram servidos diversos pratos regionais como: moquecas de robalos e pitus, aves e cordeiros assados, costelas bovinas defumadas, pacas cozidas e grelhadas, e carne do sol com pirão de mandioca.

Pela descrição do episódio no livro Mato Virgem, o visitante europeu se encantou com os sabores dos ares do povoado animando do Banco da Vitória e exalou elogios ao prato mais simples, porém, ao seu requintado paladar, o mais opíparo: carne do sol com pirão de mandioca. Seus biógrafos contam que habsburg comeu esse prato diversas vezes durante sua estadia na fazenda Victória.

Esqueceram de avisar ao racista e xenofóbico Habsburg que carne do sol com pirão de mandioca era o prato cerimonial diário dos escravizados da Fazenda Victória.

Naquela noite, enquanto a comitiva europeia dormia empanzinada nos frescos quartos da casa-grande, na senzala da fazenda Victória foram ouvidos cantos e risadarias. Os escravizados cantavam:

Ounjê dudu!

Oje ounjê Dudu!

Lá fora, fazia tempo que o mato já não era mais virgem.

Biografia de Jorge Amado – Bahia.

Jorge Amado (1912-2001) foi escritor brasileiro. O romance “Gabriela Cravo e Canela” recebeu os prêmios Jabuti e Machado de Assis. Seus livros foram traduzidos para quase todas as línguas.

Foi Membro da Academia Brasileira de Letra, ocupando a cadeira de nº 23. Iniciou sua carreira de escritor com obras de cunho regionalista e de denúncia social.
Passou por várias fases até chegar na fase voltada para crônica de costumes. Politicamente comprometido com ideias socialistas foi preso duas vezes, uma em 1936 e outra em 1937.


Exilado, viveu em Buenos Aires, França, Praga e em vários outros países com democracias populares. Voltou para o Brasil em 1952. Entre suas obras adaptadas para a televisão, cinema e teatro estão “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, “Gabriela Cravo e Canela”, “Tenda dos Milagres” e “Tieta do Agreste”.
Jorge Amado (1912-2001) nasceu na Fazenda Auricídia, em Ferradas, município de Itabuna, Bahia, no dia 10 de agosto de 1912.
Filho do fazendeiro de cacau, João Amado de Faria e Eulália Leal Amado. Passou a infância na cidade de Ilhéus, onde aprendeu as primeiras letras. Cursou o secundário no Colégio Antônio Vieira em Salvador.
Aos 12 anos foge do internato e vai para Itaporanga, em Sergipe, onde morava sua avô. Passou os anos da sua adolescência no meio do povo, tomando conhecimento da vida popular que iria marcar fortemente sua obra de romancista.
Começou com 14 anos a participar da vida literária, sendo um dos fundadores da “Academia dos Rebeldes”, grupo de jovens que, juntamente com o “Arco e Flecha” e o “Samba”, desempenharam importante papel na renovação das letras baianas.
Comandados por Pinheiro Viegas, figuraram na Academia dos Rebeldes, além de Jorge Amado, os escritores João Cordeiro, Dias da Costa, Alves Ribeiro, Edison Carneiro, Valter da Silveira, e Clóvis Amorim.
Em 1927, com apenas 15 anos, ingressou como repórter no “Diário da Bahia” e também escrevia para a revista “A Luva”. Aos dezenove anos publicou seu primeiro romance “O País do Carnaval”. Nessa época já estava no Rio de Janeiro, em contato com nomes importantes da literatura. Foi redator chefe da revista carioca “Dom Casmurro”, em 1939.
Em 1933 lança seu segundo livro “Cacau”. Depois vieram vários romances que retratavam o dia a dia da cidade de Salvador, entre eles “Mar Morto”, 1936 e “Capitães de Areia”, 1937, que retrata a vida de menores delinquentes, sendo na época proibido pela censura do Estado Novo.
Jorge Amado foi casado com a escritora Zélia Gattai (1916-2008), que aos 63 anos começou a escrever sua memórias.
Teve dois filhos, João Jorge, sociólogo e autor de peças para teatro infantil, e Paloma, psicóloga, casada com o arquiteto Pedro Costa. É irmão do médico neuropediatra Joelson Amado e do escritor James Amado.
Participou do movimento da frente popular da Aliança Nacional Libertadora.
Foi exilado na Argentina, no Uruguai, em Paris, em Praga e ainda morou em diversos países. Recebeu vários prêmios, títulos honoríficos.
Foi membro correspondente da Academia de Ciências e Letras da República Democrática da Alemanha; da Academia das Ciências de Lisboa; da Academia Paulista de Letras; e membro especial da Academia de Letras da Bahia.
Foi membro da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira de nº 23.
Jorge Leal Amado de Faria faleceu no dia 6 de agosto. Seu velório foi realizado no Palácio da Aclamação em Salvador. Foi cremado, a seu pedido, e suas cinzas foram colocadas ao pé de uma mangueira, em sua casa na Bahia.
Obras de Jorge Amado
O País do Carnaval, 1931
Cacau, 1933
Suor, 1934
Jubiabá, 1935
Mar Morto, 1936
Capitães de Areia, 1937
Terras do Sem-Fim, 1943
O Amor do Soldado, 1944
São Jorge dos Ilhéus, 1944
Bahia de Todos os Santos, 1944
Seara Vermelha, 1945
O Mundo da Paz, 1951
Os Subterrâneos da Liberdade, 1954
Gabriela Cravo e Canela, 1958
Os Velhos Marinheiros, 1961
Os Pastores da Noite, 1964
Dona Flor e Seus Dois Maridos, 1966
Tenda dos Milagres, 1969
Teresa Batista Cansada de Guerra, 1972
Tieta do Agreste, 1977
Farda Fardão Camisola de Dormir, 1979
O Menino Grapiúna, 1981
Tocaia Grande, 1984
O Sumiço da Santa: Uma História de Feitiçaria, 1988
Navegação de Cabotagem, 1992
A Descoberta da América pelos Turcos, 1994
O Milagre dos Pássaros, 1997

Os Atletas Olímpicos do Banco da Vitória.

Por Roberto Carlos Rodrigues

O bairro ilheense Banco da Vitória teve dois dos seus filhos representando o Brasil em eventos olímpicos mundiais. O futebolista Aldair Nascimento dos Santos, nascido em 30/11/1965 guarda na sua casa uma medalha olímpica. Titular da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1994, formando a dupla de zaga com Márcio Santos, Aldair foi convocado como um dos três jogadores acima dos 23 anos para os Jogos Olímpicos Atlanta 1996 e conquistou a medalha de bronze. Dois anos atrás, no mesmo solo norte-americano, Aldair fora campeão na Copa de 1994, quando a seleção do Brasil se consagrou tetra campeão mundial.

Outra atleta olímpica local é Luciana Alves dos Santos, nascida em 10/02/1970. Luciana competiu nas Olimpíadas de 2000 em Sydney e Olimpíadas de 2004 em Atenas, nas modalidades de atletismo (no salto triplo e no salto em distância). Luciana Alves disputou também o bobsled, pelo qual chegou a ganhar uma etapa da Copa América, em 2002. A atleta ilheense possui também diversos títulos paulistanos, brasileiros, sul-americanos e mundiais.

Infelizmente, quando da passagem da tocha olímpica por Ilhéus, nos preparativos para os Jogos Olímpicos de 2016 (Rio 2016), Aldair Santos e Luciana Alves não foram convidados pela prefeitura municipal para abrilhantarem o evento. Esses esquecimentos institucionais até hoje reverberam na comunidade do Banco da Vitória. Afinal, atletas de tais magnitudes olímpicas jamais deveriam ser excluídos de um evento que promovia os jogos máximos dos seres humanos.

Atualmente Aldair é agente esportivo mundial e orbita entre suas residências em Roma (IT), Vitória(ES) e Ilhéus(BA).

Luciana Alves administrar o Instituto que leva seu nome na cidade de Diadema(SP), onde mora e atua também como agente esportivo na modalidade de atletismo.

Aldair é filho de Ilda Paraíso e Carmerindo. Luciana Alves, nasceu na comunidade União e é irmã de Zé Trator, entre outros.

Em Banco da Vitória, nos jogos dos nossos orgulhos, Aldair e Luciana Alves são nossas verdadeiras medalhas de ouro.

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“Água Preta mudou para Uruçuca”, crônica de Jorge Medauar

(Biografia no final do texto)

Água Preta fica no urubu do mundo. Não há quem não conheça Ilhéus. Ainda mais depois das obras de Jorge Amado. Itabuna também é conhecida. Mas Água Preta, mesmo depois de um livro escrito com seu nome, ninguém sabe onde fica.

O sul da Bahia, zona do cacau, é cheio de pequenas cidades. Pirangi, Sequeiro do Espinho, Itapira, Água Branca. Muitas já não têm o mesmo nome –– de um tempo que já passou. Página de livro dobrada. Capítulo primitivo e rude do heroico e violento romance do cacau.

Naquela época –– de tropas de burro descarregando o cacau das roças para ser embarcado no porto de Ilhéus –– era o tempo dos coronéis, tabaréus, mulher-dama francesa, jagunços. Tempo de navios estrangeiros chamados suecos, que atracavam para levar o ouro daqueles frutos amarelos que fizeram tanto esplendor e tanta miséria na Nação Grapiúna de Mizael Tavares e outros senhores da terra.

A violência para a conquista e defesa de buraras ou fazendas enormes está em alguns poucos livros e na memória de uma geração quase extinta, que testemunhou lutas sangrentas entre coronéis, fuzilaria de clavinotes. As lendas corriam.

Lampião era o terror no sertão, assim como o Cabeleira ou Antônio Silvino. Os meninos dormiam apavorados com os crimes, as histórias contadas à luz de fifós e candeeiros, nas noites ainda sem rádio e televisão, algumas casas melhor iluminadas, o carbureto pipocando seu clarão azulado.

Água Preta tinha apenas um poste fincado na praça, onde aos sábados as tropas se juntavam para descarregar cacau e coisas da roça para suprir a feira. Na frente da estação da linha de ferro que ligava Ilhéus, Pirangi, Banco do Pedro, Castelo Novo e outros arruados que viviam do cacau e do gado, sangravam porcos e carneiros.

E ali mesmo retalhavam as peças, que eram vendidas ainda fumegando o calor do animal recém-abatido. Nas feitas havia de um tudo: abio, manga, aipim, farinha torrada, jerimum, beiju, puba, urupembas, gamelas e muitos bichos que hoje em dia a gente só conhece nas figuras de livros e folhinhas. Eram teiuús, saruês, cocás, caititu. Abriam-se os garajaus com frangas e galinha gorda, galos e perus.

Crianças e animais se misturavam na feira, que fedia a mijo e ao azedo de frutas amassadas e podres. As casas de comércio ficavam entupidas de tabaroas, na compra de chuta, alvejado, madapolão, sal grosso ou pó-de-joana para os piolhos e as lêndeas dos meninos.

O querosene era chamado gás. Nas portas dos armazéns, escancaravam caixas de bacalhau português, vendido e comido com farinha.

Nesse tempo, Água Preta fervia com o movimento de tropas, especialmente quando o preço da arroba de cacau ia bater nas nuvens.

O rio corria com suas águas limpas, mostrando o fundo com pedras, piabas e bagres que viviam em cardumes. Muitos tropeiros paravam para os animais beberem. E eles mesmos se debruçavam na margem para sorver a linfa pura e fresca.

Num remanso, mais distante, para os lados da saída de Itabuna, o Água Preta do Mocambo se aquietava num poço. O povo botou o nome de banheiro. E ali se refrescavam nos dias mais úmidos e mais quentes.

De manhã, o mingau era vendido em tabuleiros. O café esparramava o cheiro, e os homens tomavam seu mingaus de tapioca ou fubá com pão fresco estralado. Vinham caixeiros-viajantes das grandes casas atacadistas de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, que até hoje chamam Bahia.

Exibiam mostruários para os comerciantes, que se abasteciam de calçados, brins, bulgariana, carrim de linha, rendas e fitas, facão Jacaré e canivete Corneta.  A melhor navalha era a alemã, de marca Solingen.

E assim a vida ia passando. Sempre igual.

A tenda do barbeiro se abrindo para os mesmos fregueses. A retreta tocando os mesmos dobrados, maxixes e cateretês, as mesmas valsas que faziam maior a saudade dos velhos. O trem chegava bufando nos mesmos horários.

O canto da araponga da farmácia cortava Água Preta na hora silenciosa e mole da sesta, o sol a pino, tinindo no céu sempre azulado e escampo. Na distância, relinchava um jegue. Batia a bigorna do ferreiro que forjava aros de carroça, ferraduras e cravos. E o som metálico se confundia com o canto da araponga.

As festas eram as mesmas. Quermesses no Cruzeiro, jogo de búzios, bozó, rifas e bumba-meu-boi. Quando descia a noite, depois que as cigarras encolhiam o canto, era a vez dos vaga-lumes e caga-sebo, da saparia orquestrada nos brejos e na beira do rio, que caminhava sereno, rumorejando nas pedras de Pancada Formosa, onde nos domingos e dias santos de guarda muita gente fazia piquenique, acendendo o braseiro para a carne sapecada, que cheirava no espero de galho ainda verde.

Mas o progresso foi chegando no ronco dos caminhões. As tropas de burro, com os caçuás de cacau pesando nas cangalhas, foram ficando raras.

E, um dia, viram que havia outra cidade chamada Água Preta. Ficava em Pernambuco. Era mais antiga. Então trocaram a de cá, que tinha o nome de seu rio, por Uruçuca. Que diabo é Uruçuca? Ninguém sabe se é nome de cobra ou de formiga. Nem o menciona o sábio baiano Teodoro Sampaio, no seu livro O Tupi na Geografia Nacional. Nem lhe abona o nome o velho Aurélio.

Mas hoje está entre as principais produtoras de cacau. Como Ilhéus, Itabuna ou Canavieiras. Seu campo de experimentação é conhecido no mundo inteiro.

Assim, Água Preta foi apagada do mapa. Mas quem poderá apagá-la das páginas de alguns livros, da história da terra de cantores e compositores como Caymmi, Gal Costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Bethânia, João Gilberto? Ou da memória de seus poetas?

Nunca se apagará na saudade daqueles que ainda se lembram de suas tropas. Do trem apitando na curva de chegada. Dos sábados de feira. Do seu cheiro de pitanga, araçá, jaca e cacau. Do canto da araponga e do martelar do ferreiro em sua bigorna. Ferreiro que mal sabia que, enquanto forjava aros, ferraduras e cravos, temperava o aço da eternidade do nome de uma cidade que palpitava e vive. Muito embora por debaixo de outra.

Publicado originalmente em dezembro de 1989, na edição 50 da revista Globo Rural.

Nota: no dia que li este artigo, tive a certeza que iria ser dublê de escritor. Imito Jorge Medauar até hoje. Não chego nem a raspa da borra da lama pisada por suas botas. Mas, continuo na lida. Inspiração é o que não falta. Idolos também. Roberto Carlos Rodrigues.

Breve biografia de Jorge Medauar

O poeta e contista Jorge (Emílio) Medauar nasceu a 15 de abril de 1918, em Água Preta do Mocambo, sede do então distrito de Ilhéus, hoje cidade e município de Uruçuca. Descende de pais sírio-libaneses, que chegaram ao sul da Bahia atraídos pelo cultivo do cacau.

Ainda menino, Medauar mudou-se com a família para São Paulo. Primeiro São Simão, depois a capital.  Exerceu empregos humildes e jamais perdeu ao longo da vida o elo de comunhão com a gente simples, sobretudo de sua terra, que transpôs para a sua literatura.

Pensando em cursar direito ou medicina, transferiu-se para o Rio de Janeiro, mas o jornalismo e a literatura seduziram-no, dando-lhe, como profissional e autodidata, um conhecimento e erudição invejáveis.

Foi amigo, de convivência diária, com intelectuais como Manuel Bandeira, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Adonias Filho, Álvaro Moreyra, Astrojildo Pereira, Dinah Silveira de Queiroz, Carlos Drummond de Andrade, Di Cavalcanti, Menotti del Picchia, entre outros. Colaborou na revista Literatura, como secretário de redação, e fez parte do grupo de intelectuais de esquerda.

A estreia literária de Jorge Medauar deu-se em 1945, pela Editora José Olympio, com o volume de poemas Chuva sobre a Tua Semente. É por isso incluído na chamada “geração de 45”. Durante anos, destacou-se como poeta, tendo travado um conhecido “duelo” em versos com Manuel Bandeira.

Publicou ainda os livros de poemas Morada de paz (1949), Prelúdios, noturnos e temas de amor (1954) e Às estrelas e aos bichos (1956), Jogo chinês e Fluxograma. Seu êxito maior viria, no entanto, a partir de 1958, com o livro de contos Água Preta, a que se seguiram A procissão e os porcos (1960) e O incêndio (1963), formando uma trilogia recebida com alto apreço pela crítica. Pontificou como um dos maiores contistas da época até o final da década de 70.

Escreveu ainda Histórias de menino (1961) e O visgo da terra (1996), este, um romance urdido com os seus contos sobre Água Preta e Ilhéus. Participou de várias antologias nacionais e internacionais e, mais para a frente, dedicou-se à literatura infanto-juvenil, com os livros No dia em que os peixes pescaram os homens, Bom como o diabo, Contos encantados.

Pertenceu à Academia de Letras do Brasil, com sede em Brasília, à Academia de Letras de Ilhéus e à Academia Brasileira de Literatura Infanto-Juvenil.

Faleceu no dia 03 de junho de 2003, após completar 85 anos.

As ocupações imobiliárias se alastram no bairro Banco da Vitória, Ilhéus, BA.

Por Roberto Carlos Rodrigues

Como visto em todo o Brasil, a falta de uma coordenação nacional e de um plano de desenvolvimento urbano, suburbano e rural, favorece os surgimentos de invasões, ocupações, expansões e, principalmente da destruição de matas, para o favorecimento imobiliário.

No município de Ilhéus essa prática não tem sido diferente. Nas últimas décadas surgiram invasões e ocupações por quase todos os bairros, distritos e povoados. Nas áreas urbanas ilheenses, as duas últimas grandes invasões ocorreram no final do século passado, quando uma invasão na Zona Sul, chamada Maria Amélia, foi transformada no bairro Nelson Costa. É desse mesmo período as invasões da Gomeira, que depois se transformou no atrativo bairro Teotônio Vilela e, a Invasão do Morro da Mata da Rinha, no Banco da Vitória, que atualmente se chama Alto do Iraque. Este carece de todas as categorias de infraestrutura urbana.

Outras inúmeras invasões menores ocorridas no início desse século também se perpetuaram nas zonas Sul e Norte de Ilhéus. Várias crescem diuturnamente sem a devida atenção do Estado.

Nos últimos dez anos, como o crescimento populacional da Zona Oeste da cidade de Ilhéus, se ver os surgimentos de diversas pequenas ocupações e invasões de terras ao longo da Rodovia Jorge Amado, principalmente, na área urbana do Banco da Vitória. Algumas dessas ocupações são apenas expansões legais de velhas comunidades, como vemos na região da fazenda Raimundo Ribeiro (próximo a HP empreendimentos) e na comunidade da União (em frente a Escola Dom Bosco). Neste locais já existiam morados há décadas. Ver-se nesses casos apenas ampliação urbana. Já nos limites do alto Tenente Valter Alcântara com a Represa do Iguape, prospera um festivo arruado com ares de condomínio fechado. Tem futuro.

Oficialmente, nos últimos anos, foram implantados ao longo da Rodovia Jorge Amado, o assentamento Frei Vantuy e os condomínios Morada do Porto (antiga fazenda Porto Novo) e Costa do Cacau, frutos do projeto governamental Minha Casa, Minha Vida.

Atualmente outras duas ocupações prosperam fogosamente no bairro do Banco da Vitória. Uma ocupação está situada numa área conhecida como Porto de Pedro Vara (na margem do rio Cachoeira, nos fundos do “Porto Seco” (próximo ao limite territorial com a Vila Cachoeira) e outra, próximo ao Hospital Costa do Cacau, nos fundos dos tanques de tratamentos de esgoto da Embasa, na margem esquerda do Rio Cachoeira.

Por certo, diversas centenas de pessoas estão morando nessas localidades, sejam essas oficiais ou não, para a Prefeitura Municipal de Ilhéus. Infelizmente, não se ver nenhuma movimentação do governo municipal na busca efetiva de urbanização e legalização dessas áreas suburbanas. Muitas dessas localidades, com certeza, nem CEP’s tem.

Se a sede do bairro Banco da Vitória se encontra desprovidas de diversos aparelhos públicos, imagine a situação dessas ocupações e expansões imobiliárias? São todas carentes e esquecidas pelos poderes públicos de todas as esferas.

Vale ressaltar que se encontrar facilmente nessas ocupações, casas de alvenarias e pequenos prédios, que vão substituindo gradualmente os barracos de madeiras e tetos de zincos.

Agora, com a promessa de implantação de uma nova estrada na margem direita do rio Cachoeira, sabe-se facilmente que a ocupação urbana, entre a fazenda Primavera e o Banco da Vitória irá “atravessar” o rio e ocupar esse novo logradouro.

Se a Prefeitura Municipal de Ilhéus não promover rapidamente um projeto de desenvolvimento urbano para essa nova região, por certo, as invasões e ocupações ilegais de terras chegaram primeiro que as empresas, os loteamentos e condomínios particulares.

Uma coisa é certa: ao longo da Rodovia Jorge Amado, a cidade de Ilhéus terá de caminhar de braços dados com Itabuna. O Banco da Vitória, Salobrinho e a Vila Cachoeira precisam se preparar para essa minimaratona, pois o desenvolvimento urge, independente de vontades políticas ou ideológicas.

A antiga represa da Fazenda Victória

Fotos da centenária represa da antiga Sesmaria Victória, erguida pelos escravizados de origem africana, no meio do século XVIII, quando o proprietário da fazenda era o Barão Ferdinand von Steiger (1825-1887).

No final dessa estrada calçada com pedras brutas, fica a região conhecida como Terceiro Bambuzal. Julga-se que neste local existia um antigo cemitério de escravizados.

A Fazenda Victória devia ser patrimônio histórico do município de Ilhéus. Ali existe um verdadeiro parque botânico a ser estruturado e um potencial museu.

Boa parte da história da antiga fazenda Victória nós anos seiscentistas pode ser conhecida através da leitura do livro O Barão de Mato Virgem, de autoria de André Paiva de Figueiredo.

O livro está à venda no site da editora UICLAP e pode ser adquirido neste link: https://loja.uiclap.com/titulo/ua7263/…

Fotos: Aderino França